quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O que é e como é feita a hemodiálise?

A hemodiálise é um procedimento que filtra o sangue. Através da hemodiálise são retiradas do sangue substâncias que quando em excesso trazem prejuízos ao corpo, como a uréia, potássio sódio e água.
A hemodiálise é feita com a ajuda de um dialisador (capilar ou filtro). O dialisador é formado por um conjunto de pequenos tubos chamados "linhas". Durante a diálise, parte do sangue é retirado do corpo, passa através da linha em um lado, onde o sangue é filtrado e retorna ao paciente pela linha do lado oposto. Atualmente tem havido um grande progresso em relação a segurança e a eficácia das máquinas de diálise, tornando o tratamento bastante seguro. Existem alarmes que indicam qualquer alteração que ocorra no sistema (detectores de bolhas, alteração de temperatura e do fluxo do sangue, etc).

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Doenças renais e suas conseqüências

Por Diego Luz, Alessandra Pastore e Joelma Carvalho



O numero de doentes renais vem aumentando consideravelmente no Bahia. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), hoje existe cerca de 3.900 pacientes em todo o estado. “No início de 2005 comecei a sentir fortes dores abdominais, falta de ar, inchaço e cansaço. Como não sabia o que era resolvi procurar um médico, porém já era tarde, a minha função renal estava muito reduzida e então comecei a fazer hemodiálise”, relata Alan Santos, 33 anos, paciente da unidade de diálise do Hospital Espanhol. A hemodiálise não é um tratamento curativo, mas consegue substituir as funções renais, que devido ao problema ficam bastante reduzidas.
A única maneira de o paciente para o tratamento hemolítico é fazendo um transplante renal, e para isso é necessário a compatibilidade sangüínea com o doador, que segundo os conselho de medicina, tem que ter a idade mínima de 30 anos.
“Os principais sintomas de um paciente que está necessitando fazer hemodiálise é o inchaço e a conseqüente falta de ar, pois esses sintomas estão relacionados à retenção de liquido pelo organismo, e essa retenção esta diretamente ligada ao mau funcionamento renal, além da hipertensão arterial, que é um dos maiores fatores de interferência para doenças renais”, explica a nefrologista Márcia Cristina Conrado.
Existem no mundo cerca de 1,2 milhões de pessoas sobrevivendo graças ao tratamento dialítico. No Brasil um censo realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), em 2004/2005, revelou a existência de 49.874 pacientes em hemodiálise. Dentro deste censo encontra-se Sueli Souza Silva, cujo, tratamento é financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Tratamentos

A hemodiálise consiste na filtragem extra corpórea do sangue através de um filtro. Este processo dura cerca de 4 horas e é realizado três vezes por semana em uma unidade de diálise. “Faço hemodiálise há 7 anos, depois de ter ficado internada após de uma crise renal ocasionada pela minha pressão alta. No inicio era um transtorno muito grande, eu fiquei bastante deprimida, mas com o tempo eu me conscientizei que a hemodiálise é um tratamento que me matem viva”, relata Sueli. O processo de “manutenção curativa” com certeza não é uma das 7 maravilhas do mundo, porém é indispensável para a vida dessas pessoas. No entanto durante as sessões existem algumas intercorrências.

“Durante a hemodiálise pode ocorrer a hipotensão, náusea, vômitos, cãibras que são mais constantes, também acontece à hipertensão, e em casos muito raros, paradas cardíacas e edema pulmonar. Todos esses sintomas estão relacionados ao excesso de líquido retido no corpo e levando em consideração as perdas do paciente”, explica a enfermeira Tarciana Lins.
Outro tratamento que também substitui as funções renais é a diálise peritoneal, esse tratamento não precisa ser realizado em unidades hospitalares, podendo ser na casa do paciente, enquanto eles dormem, e com ajuda dos seus familiares.
“A diálise peritoneal ocorre quando uma solução é infundida na cavidade peritoneal (cavidade abdominal onde se localiza o peritônio) e ocorre transporte de água e solutos através do peritônio (membrana que reveste toda a cavidade abdominal). O excesso de líquido é o problema mais constante nesses pacientes, por isso que é chamado de diálise peritoneal”, explica a nefrologista Nadia Khoury.
Apesar desse tratamento poder ser realizado no ambiente familiar, o local onde o fará as trocas e procedimentos deve ser muito limpo. As paredes não podem conter mofo, tem que evitar o trânsito de pessoas e animais, as portas e janelas devem ser mantidas fechadas durante a troca da bolsa, além disso, existe maior facilidade de infecção.
Os maiores sintomas das infecções são as dores abdominais, febre, náuseas, vômitos e a presença de líquido turvo nas bolsas. “Eu fazia hemodiálise, mas resolvi optar pela diálise peritoneal por causa das minhas filhas e também porque a fístula (a junção entre uma veia e uma artéria do braço, para que o fluxo de sangue fique 205ml/segundo) parou”, relata Maria Renata dos Santos, 47 anos, paciente em tratamento.
A hemodiálise é feita por um tubo (cateter) que é colocado em uma veia grossa, que é o acesso a hemodiálise, e é o que permite a retirada e devolução do sangue para o paciente. O tipo mais freqüente de acesso vascular é a fístula, que consiste numa ligação entre uma artéria e uma veia através de uma pequena cirurgia. Esta ligação permitirá a colocação de duas agulhas por onde o sangue sairá para o dialisador e depois será devolvido para a pessoa.
Segundo a nefrologista Maria Amélia para se manter uma boa fistula é preciso sempre manter o braço limpo, lavando sempre com água e sabonete. Isto evita infecções que podem inutilizar o acesso venoso (fistula). Qualquer sinal de inchaço ou vermelhidão deve ser comunicado imediatamente ao médico ou enfermeira.


Locomoção

Para complicar a vida desses pacientes, na Bahia existem apenas 14 unidades dializadoras para aproximadamente 3.900 pacientes. Muitos deles têm que fazer constantes mudanças de rotina para poder realizar o tratamento, pois na maioria das cidades baianas não existem hospitais com essa especialidade médica. Entre as principais cidades em que existem estas unidades estão, Ilhéus, Itabuna , Jequié, Barreiras, Vitória da Conquista, Camaçari, Alagoinhas e Feira de Santana.
Para aliviar essa situação, foi criada, no ano de 2003, “A casa do Renal”, uma instituição que abriga as pessoas que moram em cidades distantes e não têm condições de se locomover a cada sessão de diálise.
“Outro serviço de apoio muito importante para essas pessoas foi a Central de Regulação, que existe há 7 anos e tem como papel fundamental “fazer a ponte” entre os hospitais e clinicas que contêm as unidades dializadoras, com os postos de saúde dos interiores e outras cidades, para assim encaixar os pacientes nos hospitais mais próximos de seus municípios”, explica a psicóloga Analu Cruz.